O dia estava quente e úmido. Nenhuma novidade, já que era o que esperávamos ao estarmos no meio de uma floresta perto da linha do Equador.

A noite tinha sido restauradora graças ao ventilador que trabalhou durante todo o tempo, refrescando e impedindo que os mosquitos pudessem pousar nas nossas peles.

No momento em que me levantei e saí do foco do ventilador, me transformei numa vela derretendo ou algo parecido. Mesmo sabendo que a situação não iria melhorar muito, fui tomar um banho. A validade do banho durou o momento do banho mesmo. Foi sair do chuveiro e voltar ao modo de derretimento.

A casinha que alugamos.

A dona da casa disse, no dia anterior, que o jardim costumava ser visitado por beija-flores pela manhã. E, realmente, eles vieram! Teve um que especialmente chamou a minha atenção por ser bem pequenininho e bege. Nunca tinha visto um beija-flor assim. Foi pena não ter podido registrar a sua presença em uma foto. Eles são rápidos demais para a minha destreza e os meus simples apetrechos de fotografia (leia-se um celular iPhone 4S e uma câmera nada de mais).

Depois do café-da-manhã reforçado, lá fomos nós conhecer o Parque Nacional de Tayrona!

O parque ficava a poucos quilômetros da casa, então fomos caminhando. Ao chegar na entrada, umas pessoas autorizadas ofereciam o seguro, que é obrigatório para desfrutar do parque. Já com as pulseirinhas colocadas, era a hora de se por na fila para comprar as entradas.

Apesar de o preço do ingresso não nos ter parecido muito caro, convertendo para reais (isso foi em 2019), o valor da entrada não é acessível para a população local, o que é bastante injusto. A dona da casa onde nos hospedamos disse também que, por esse preço, a infraestrutura do parque deveria estar melhor. Melhor poderia estar, mas eu não tive do que reclamar. Pelo menos, para mim, as passarelas estavam muito bem feitas e suas localizações bem planejadas. E eu sou uma negação em matéria de trilha. De modo que as tais passarelas me foram muito amigáveis.

Assim é moleza!

Outra coisa que nos contaram era que veríamos jacarés (ou, como disseram, “caymanes”). Senti um misto de alegria e pavor. Uma parte de mim dizia: “Oba! Sim! Tomara que apareçam!”, enquanto a outra parte de mim censurava: “Está maluca?! Não!”. O fato é que não deram o ar de suas graças escamosas. Lembro-me muito bem de quando vimos a plaquinha, no local da ocorrência desses répteis. Naquele momento, a minha atitude foi estilo Zacarias dos Trapalhões, rodopiando com os braços para cima, ainda que não tivesse visto nada.

Segundo o cara que nos contou sobre essa possibilidade, não haveria nada a temer, já que, se os jacarés estão com as suas barriguinhas cheias, eles não tem por quê irem atrás de mais alimento (no caso, nós). Mas e como vamos saber se eles já almoçaram ou não? Indagações à parte, foi melhor mesmo não termos visto nenhum. E, se algum deles, por acaso, nos viu, agradeço a delicadeza de ter sido discreto.

Agora, quem não escapou dos cliques e da algazarra humana foi o macaco-prego-de-cara-branca. Ou melhor, a macaca-prego-de-cara-branca, já que, para completar a comoção dos Homo sapiens, a criaturinha vinha com um filhote a tiracolo. Aí foi um tal de celular para cá, celular para lá… Aproximação excessiva… Não sei se me falha a memória, mas eu acho que apareceram outros macacos, no final das contas.

“Que bichos estranhos”, pensou o macaco-de-cara-branca.
Com o filhotinho nas costas.

Só sei que eu disse para Luis: “Vamos embora. Esse povo está passando dos limites, não sabem usar zoom, não? Têm que praticamente se esfregar no focinho do bicho? Daqui a pouco a turma toda de macacos vai se irritar e a coisa vai ficar feia para o nosso lado.”

E seguimos caminho.

Para além das populações animais, os representantes do Reino Vegetal também deram um show. Uma abundância, diversidade, malemolência, exuberância. Variedade de formas e verdes. Algo que me chamou a atenção foi a vegetação rasteira na areia das praias, tão parecida com a vegetação de restinga que estavam tentando reintroduzir em algumas praias de Niterói.

Para os mais aventureiros! Camping.

Para os mais aventureiros, há a possibilidade de pernoitar dentro do Parque Natural, a modo de acampamento. Há quem ache que eu não sou afeita a esse tipo de coisa, mas bem que eu iria gostar da experiência, sim. Não foi caso, no entanto, já que tínhamos a nossa casa alugada, fora do Parque Natural de Tayrona mas, ainda assim, rodeada de verde.

Variedade de vegetação.

E tinham que ter deixado uma roupinha secando na pedra?!
O tanto de “folhinhas” que cai das palmeiras!

Vejam também:

:: o lado GRANDIOSO das CATARATAS DO IGUAÇU ::

:: o lado B de NOTTING HILL ::

:: o lado POÉTICO de MÍKONOS ::

2 pensou em “o lado EXUBERANTE da COLÔMBIA

  1. Verônica

    Colómbia, deve ser lindo . Minha mae foi lá em 2017 e falou bem. Tenho vontade de conhecer a capital , conhecer as pessoas, e claro ir nas praia, e provar as comidas.

    Responder

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